A Fé é para ser guardada
"Porque também a nós foram anunciadas as boas novas..." Hebreus 4:2a
A Fé é para ser guardada
Como vimos no capítulo um, enquanto aguardava seu julgamento, Paulo pode sair de Roma. Ao visitar Éfeso novamente, percebendo a situação anormal em que se encontravam os irmãos ali, decidiu deixar Timóteo na cidade a fim de que admoestasse os efésios a que não se ocupassem com coisas que promoviam contendas, mas com o que impulsionasse o plano de Deus, Sua economia, que é revelada na Fé (1 Tm 1:3-4; 4:6; 6:21).
Apesar do empenho de Timóteo, não houve mudanças na igreja em Éfeso; abatido e desanimado, seu dom quase se apagou e sua saúde debilitou-se muito (1 Tm 4:14; 5:23; 2 Tm 1:6). Os efésios, resistindo aos ensinamentos saudáveis de Paulo, preferiram cercar-se de mestres segundo suas próprias cobiças, como que sentindo coceira nos ouvidos (2 Tm 4:3). Em vez de usarem o espírito para perceber e praticar a revelação da economia neotestamentária de Deus, apenas analisavam e discutiam fábulas e genealogias sem fim.
A Fé não é para ser discutida, mas para ser guardada, porque ela contém todo o plano de Deus, tudo aquilo que Deus quer que recebamos e pratiquemos. E necessário que a Fé objetiva seja infundida em nosso interior e se torne nossa fé subjetiva. Isso acontece quando cremos, quando nos apropriamos de tudo o que Deus planejou e nos revelou.
Precisamos ler a Bíblia e os livros espirituais, para que as palavras da Fé objetiva alimentem nossa fé subjetiva. Todavia não devemos buscar na leitura apenas ensinamento, conhecimento ou doutrina (Jo 5:39-40). Leiamos com oração, mesclando as palavras que lemos com fé (Hb 4:2), de modo que sejam trabalhadas em nós para que delas jamais nos desviemos (2:1).
Tudo isso nos serve de espelho. Não podemos cair no erro dos efésios; antes, precisamos ser os que dão atenção ao falar do Senhor e praticam Suas sãs palavras. Vamos permanecer no espírito, negando a nós mesmos, a fim de crescer na vida divina e ser os que praticam a Palavra de Deus e promovem a Fé. Dessa maneira, onde estivermos, não haverá ambiente para falatórios inúteis e contradições do saber, que só promovem discussões; além disso, será abundante o dispensar de Deus por meio dos ensinamentos saudáveis da economia de Deus no Novo Testamento (1 Tm 6:20; 2 Tm 2:16).
Por fim, Paulo encorajou Timóteo testemunhando-lhe “Combati o bom combate, completei a carreira, guardei a Fé” (2 Tm 4:7). Devemos ser com ele e guarda a Fé até o fim. Quando nossa fé subjetiva, isto é, nosso ato de crer, estiver repleta da Fé objetiva, ou seja, da economia divina, teremos a certeza, como Paulo, de que o Senhor nos dará o galardão de reinar com Ele (v. 8).
Ainda não chegamos ao estágio da experiência de Paulo na passagem acima, mas devemos prosseguir, como ele mesmo disse em Filipenses 3:12: “Não que eu o tenha já recebido ou tenha já obtido a perfeição; mas prossegui para conquistar aquilo para o que também fui conquistado por Cristo Jesus. Irmãos, quanto a mim, não julgo havê-lo alcançado; mas uma coisa faço: esquecendo-me das coisas que para trás ficam e avançando para as que diante de mim estão, prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus”. Vamos prosseguir para o alvo, para o prêmio! Se perseverarmos até o fim, guardando a Fé, receberemos bênção da parte de Deus: o galardão de reinar com Cristo.
Trechos extraídos do livro “Chamados para Promover a Fé”, de Dong Yu Lan, publicado pela editora Árvore da Vida