A Sarça Ardente
"Porque também a nós foram anunciadas as boas novas..." Hebreus 4:2a
A Sarça Ardente
Deus teve de gastar oitenta anos até que esse homem [Moisés] fosse preparado e levado ao fim. Isso demonstra que não é fácil para Deus levar-nos ao ponto de Lhe sermos úteis. Enquanto confiamos em nós mesmos, enquanto somos capazes de viver por nossa própria capacidade e sabedoria, somos inúteis para Deus. Somente aos oitenta anos Moisés se percebeu desqualificado para libertar os israelitas. Nesse momento, Deus pòde usá-lo. É Deus que nos equipa para Si, permitindo-nos ter boa educação e até adquirir conhecimento da Bíblia, mas Ele precisa tratar com nosso ser natural para que não confiemos em nós e não dependamos de nós mesmos. Deus não pode usar uma pessoa que confie em seu ser natural, na sua carne.
Se realmente desejamos servir a Deus, precisamos passar por esse processo que levará nosso ser natural à morte. Por não aceitar o serviço que Lhe prestamos em nós mesmos, Deus sempre permitirá passar por circunstâncias que eliminam nosso ser natural. Até mesmo o Senhor Jesus, após ser batizado, foi levado para ser testado por quarenta dias no deserto. Seu batismo significava que Ele estava desejoso de servir a Deus, porém não O serviria de maneira natural e, sim, por meio da morte e ressurreição. Por isso, logo após o batismo, a primeira coisa que o Espírito fez com o Senhor foi impeli-Lo ao deserto, para um teste, a fim de provar sua integridade.
Após Moisés ter passado por quarenta anos de teste e provação no deserto, Deus poderia usá-lo para livrar o povo de Israel de tão grande sofrimento. Quando foi chamado por Deus, Moisés teve a grande visão de uma sarça ardente. A sarça ardente refere-se ao povo redimido de Deus. Éramos, antes, espinheiros sob a maldição de Gênesis 3; mas, em Êxodo 3, somo sarça redimida. Deus agora queima em nosso interior e sobre nós. Esta sarça representa tanto os filhos de Israel no Antigo Testamento quanto a igreja no Novo Testamento. Na igreja, hoje, ainda existem “espinheiros”; ela ainda não é uma pedra preciosa. Todavia louvamos ao Senhor porque estamos sendo submetidos a um processo de transformação.
Quando foi chamado por Deus, Moisés viu o fogo santo queimar na sarça. Em princípio, ao ser chamado, Paulo teve a mesma visão: ele viu o Senhor, que ardia no interior dos Seus redimidos; ele perseguia os cristãos, mas Jesus lhe disse que era a Ele que perseguia (Atos 9:4-5).
Podemos dizer que o fogo e a sarça estavam em unidade, eram um. A sarça representa o homem regenerado e o fogo representa o próprio Deus Triúno. Hoje, Deus Pai no Filho como o Espírito está em nós como fogo. No dia de Pentecoste, o Espírito desceu sobre os discípulos na forma de línguas como de fogo. O Senhor hoje ainda está lançando fogo sobre a terra. Esse fogo santo, esse queimar divino nos capturou, e agora somos parte da sarça que arde com o Deus Triúno. O Deus Triúno está queimando na igreja e sobre ela, a qual Ele escolheu e redimiu. A igreja é o Deus Triúno ardendo no interior da humanidade redimida.
Extraído do livro “As Insondáveis Riquezas de Cristo”, de Dong Yu Lan, publicado pela Editora Árvore da Vida.