Eles estão em nossas mãos
O papel dos pais é moldar os filhos. Nesse sentido podemos ver um ponto de semelhança entre os pais e o oleiro; entre os filhos e a argila. Os pais estão para o oleiro assim os filhos estão para a argila. A função do pai é tomar o filho como uma massa e produzir um belo vaso. No Antigo Testamento a figura do oleiro e do barro foi usada para descrever a relação entre Deus e o povo de Israel: “Eis que, como vaso na mão do oleiro, assim sois vós na minha mão”(Jeremias 18:6). “Mas agora, Ó Senhor, tu és nosso Pai, nós somos o barro, e tu, o nosso oleiro; e todos nós, obra das tuas mãos (Isaías 64:8).
Os filhos quando nascem são como uma argila mole, úmida e, portanto, moldável. É natural que venham assim, pois os pais precisam trabalhar neles. Toda massa, quando está mole, toma a forma da fôrma onde é assentada. O ambiente em que nossos filhos são colocados é determinante para o desenvolvimento deles. Sua casa não é apenas uma casa, se você olhar mais detidamente, verá que ela é uma olaria, um lugar de produção de vasos. Os pais não podem ignorar o que os filhos estão vendo, ouvindo e vivendo, não podem ignorar o que fazem e o que deixam de fazer, pois é esse contexto que cuidará de formatar os filhos, é ele que está sendo trabalhado diário e secretamente nos filhos. Os filhos simplesmente refletem o que vivem.
Se os filhos são colocados na fôrma negativa da crítica, hostilidade, medo, inveja, vergonha e incredulidade, o que é que elas vão reproduzir? O que eles vão reproduzir se forem, por outro lado, colocados em ambientes de incentivo, tolerância, elogios, aceitação, aprovação, sinceridade, igualdade, bondade, segurança, fé, esperança e amor? Provavelmente irão viver o que essas palavras representam. Depois de um tempo trabalhando na massa, o vaso surge, então eles são levados para a galeria onde serão expostos. Geralmente na base da obra podemos ver, mesmo que em letras pequenas, o nome do artista.
O que para nós seria essa galeria? É o próprio lugar onde nossos filhos estão. O lugar onde eles fazem suas refeições, a escola em que estudam, o grupo em que vivem, o lugar em que trabalham. O que quer que tenha acontecido com eles no contexto familiar isso é o que será visto pelas pessoas, que ficarão admiradas com a arte feita neles ou chocadas com o produto mal acabado, imperfeito e tosco que ficou.
Os pais precisam considerar que formato atual têm seus filhos; e não diga que não tem mais jeito. Na olaria quando a massa fica dura ela não serve mais para ser moldada. No caso dos filhos não é assim. Não importa o que tenha acontecido, sempre há esperança. Os filhos que já cresceram e que não são bons representantes dos pais tanto na vida humana e, principalmente, na vida espiritual, são geralmente visto como um caso sem esperança. Não se engane, para Deus tudo é possível, Ele pode virar o jogo de um momento para outro. Nunca desista, seja como a mulher que insistiu com o juiz até que ele respondeu. Siga a orientação do Senhor que disse para não parar de pedir, buscar e bater (Mateus 7:7-11). O Senhor sempre estará atento a essas três coisas. Todas elas sugerem medidas desesperadas. É esse coração que falta em muitos pais.
O Senhor é o verdadeiro oleiro.
Texto extraído do Jornal Árvore da Vida, número 181, publicado pela Editora Árvore da Vida