Desejai ardentemente, como crianças recém-nascidas, o genuíno leite espiritual, para que, por ele, vos seja dado crescimento para salvação (1 Pe 2:2).
Gn 12:10; 26:1-2; 42:1-2; 1 Co 10:1-11
O Senhor Jesus disse a Nicodemos: “Quem não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus” (Jo 3:5). É imprescindível nascer da água e do Espírito. Os estudiosos da Bíblia, no passado, consideravam a água mencionada nesse versículo como sendo a do batismo de João Batista, mas hoje sabemos que ela se refere à água que saiu do lado de Jesus (Jo 19:34).
Nós, que pregamos o evangelho do reino, precisamos conhecer as verdades faladas por João.
Quando o Senhor Jesus foi crucificado, João devia ter pouco mais de vinte anos de idade. Talvez ele tivesse falado com Pedro sobre o sangue e a água que saíram do lado do Senhor, mas muitos, por não terem visto, podem ter negado que isso tivesse ocorrido.
As pessoas que não viram o sangue e a água não estavam tão perto do Senhor Jesus no momento da crucificação. Naquela época, muitos não creram nisso, mas nós cremos. Graças ao Senhor! Por meio da água que fluiu do lado de Jesus na cruz, nascemos de novo e, por meio da vida divina, poderemos entrar no reino, a fim de governar o mundo que há de vir.
Contudo muitas vezes sentimos que não somos merecedores de governar o mundo que há de vir. O Senhor, porém, tem-nos mostrado que há um caminho para nos tornar dignos desse governo: por meio do crescimento da vida divina que está em nós, o que é possível se negarmos nossa vida da alma. O quanto a vida de Deus crescer em nós será o tanto que Deus nos entregará do governo do mundo vindouro.
No Antigo Testamento, a história do povo de Israel simboliza a jornada de nosso viver cristão, desde a Páscoa (redenção) e passagem pelo Mar Vermelho (batismo), até nossa entrada no reino, isto é, na boa terra de Canaã (1 Co 10:1-11). Vejamos um pouco sobre ela.
O povo de Israel passou o Mar Vermelho, o que indica que nós, que recebemos o evangelho da graça e fomos batizados, já nos livramos do mundo do sustento. Passamos pelo Mar Vermelho, e isso quer dizer que o mundo presente, governado por Satanás, foi derrotado pelo Senhor Jesus.
O adversário de Deus usa três tipos de mundo para usurpar o homem e tentar anulá-lo em seu serviço a Deus.
O primeiro tipo é o mundo religioso. Muitas pessoas têm suas próprias religiões, e isso as confunde, no entanto precisamos somente de Deus. O mundo da religião pode distrair-nos e nos desviar do propósito de Deus, levando-nos a adorar ídolos. O segundo é o mundo do pecado. Por fim, o terceiro item que nos amarra é o mundo do sustento.
A dificuldade de ser liberto dos três aspectos do mundo – religião, pecado e preocupações com o sustento – pode ser vista na vida de Abraão. Além dele, seus descendentes, Isaque e Jacó, também foram tentados na questão do sustento (Gn 12:10; 26:1-2; 42:1-2).
Quando Jacó e seus filhos desceram para o Egito, eram em número de setenta e cinco pessoas. Pelo fato de José, filho de Jacó, ser governador de todo o império egípcio e ter separado o melhor daquela terra para sua família, os filhos de Israel passaram a viver de maneira confortável e fácil. Assim eles se multiplicaram muito e, depois de quatrocentos anos, já eram cerca de dois milhões de pessoas. Usurpados pelo mundo do sustento, terminaram esquecendo-se de Deus e de Sua promessa. Esse é o risco que também nós corremos se não nos libertarmos das preocupações com o mundo do sustento.