Anunciar o evangelho foi a primeira comissão de Jesus Cristo

06/09/2011 14:48

 

 

Negar a si próprio é razão para que a vida divina cresça em nós

Após Jesus ser batizado em água e no Espírito, Deus Lhe deu a incumbência de pregar o evangelho do reino dos céus. “Daí por diante, passou Jesus a pregar e a dizer: Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus”. Para que alguém possa reconhecer sua condição pecaminosa, primeiro precisa ser iluminado. O povo que jazia em trevas viu grande luz, e aos que viviam na região e sombra da morte resplandeceu-lhes a luz (Mt 4:15-16). Graças a Deus, Jesus resplandeceu sobre nós, fomos iluminados e pudemos enxergar nossos pecados, para que fossem confessados, por conseguinte perdoados e, assim, estejamos purificados pelo sangue de Jesus Cristo, que sofreu em nosso lugar o castigo que nos era devido, derramando o Seu sangue para que recebêssemos a salvação, compreendida no evangelho da graça. Glórias a Deus! Esse é o evangelho da nossa salvação, o evangelho da graça, por meio do qual podemos voltar a comer do fruto da árvore da vida e ser regenerados, isto é, nascer de Deus e receber a vida divina (1 Pe 1:3, 23; cf Jo 1:12-13).

Árvore da Vida

Embora o homem tivesse sido feito à imagem e à semelhança de Deus, ele ficou destituído da glória de Deus por causa do pecado de Adão, que em vez de comer da árvore da vida, comeu do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal, contaminando toda a humanidade, que passou a ter uma natureza pecadora. Por causa disso, o homem foi expulso do jardim do Éden (reino de Deus, onde Ele reina e faz Sua vontade), o qual jardim passou a ser guardado por querubins e também por uma espada que se agitava e brilhava intensamente, protegendo o caminho da árvore da vida. Tal espada representa a justiça de Deus; o querubim, a Sua glória, enquanto o brilho da espada, a Sua santidade. Portanto, para que homem pudesse ter novamente acesso ao jardim do Éden e, consequentemente, à árvore da vida, ele precisou ser justificado (Rm 5:1, 9), ou seja, tornar-se justo diante de Deus, crendo em Jesus Cristo, praticando Sua justiça e cumprindo o que foi determinado pelo Senhor, que além de nos justificar e santificar, regenerou-nos, bem como reconciliou Deus conosco, introduzindo-nos na vida da igreja, a fim de que neguemos a nossa vida da alma e sejamos purificados pelo fogo do Espírito (evangelho do reino), permitindo, pois, que a vida divina cresça em nós e, assim, experimentemos a realidade do reino dos céus, ou seja, a igreja, cuja cabeça é o próprio Senhor Jesus Cristo (Ef 5:23). Por isso, os que estão na igreja já fazem parte da realidade desse reino, que será manifesto quando Jesus voltar, estabelecendo Seu reino na terra por mil anos (Ap 20: 4-6). Se deixarmos que a vida de Deus cresça até a maturidade, reinaremos com o Senhor Jesus, nesse Milênio, quando Ele vier em glória (Rm 8:17). Do mesmo modo que o 7º dia é considerado o dia do descanso (Lv 23:3), o reino milenar representa a entrada no descanso do Senhor, promessa essa feita por Deus ao seu povo (Hb 4:1).

Discípulos

Anunciar o evangelho foi, então, a primeira comissão de Jesus como ungido de Deus: “O Espírito do Senhor está sobre mim, pelo que me ungiu para anunciar o evangelho aos pobres; enviou-me para proclamar libertação aos cativos e restauração da vista aos cegos, para pôr em liberdade os oprimidos” (Lc 4:18). No início do ministério, Jesus Cristo viu Pedro e André lançando redes ao mar e disse-lhes: “Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de homens” (Mt 4:19). Como as redes de pesca costumavam se rasgar e precisavam ser remendadas, Jesus viu Tiago e João consertando redes e também os chamou (Mt 4:20-22). Tempos depois, ganhou Paulo, que tinha por ofício fazer tendas (At 18:3), o que representou que a edificação da igreja seria o ministério dele. Desse modo, através do evangelho, Pedro pescava os homens, colocando-os na igreja, enquanto Paulo os instruía e edificava a igreja, ao passo que João consertava, com Espírito e vida, o que foi se desgastando com o tempo, a saber, a condição normal da igreja (Ap 2 e 3). Conforme disse Jesus: “As palavras que eu vos tenho dito são espírito e são vida” (Jo 6:63b).

Redenção

Hoje, nós é que somos os cooperadores do Senhor e assim como os primeiros discípulos de Jesus, fomos iluminados para reconhecer que nosso estado primeiro era de pobreza, que só pode ser transformado através da benção de Deus, a qual enriquece e não acrescenta dores (Pv 10:22). Éramos também cativos, mas graças a Deus fomos libertos por Jesus. “Ora, o Senhor é Espírito; e onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade” (2 Co 3:17). Quando, por exemplo, Jesus chamou Pedro, ele estava jogando redes ao mar, era cativo da sua sobrevivência, vivendo da pesca, mas na verdade ele é que estava preso em suas próprias redes. Assim como o Senhor tinha para Pedro algo maior do que o mar da Galiléia, Ele também nos chama para cumprir um ministério grandioso, libertando-nos da esfera natural em que vivemos, a fim de não nos deixar envolver pelas redes lançadas pelo mundo, mas cumprir por inteiro o ministério que o Senhor nos incumbiu. Para que enxerguemos esse propósito, precisamos ter a nossa visão restaurada por Deus, pois assim aconteceu com João, que através de sua visão espiritual, viu sair água, além de sangue, quando o corpo de Jesus Cristo foi trespassado com uma lança, após a crucificação (Jo 19:34). Esse sangue redime nossos pecados, enquanto a água é o Espírito de vida, a semente incorruptível que entrou no nosso espírito, regenerando-o.

Galardão

Deus nos criou e nos deu todas as condições para estabelecermos o reino de Deus aqui na terra. Essa é a nossa missão: “Ide por todo mundo e pregai o evangelho a toda a criatura” (Mc 16.15), a fim de remir o tempo, porque os tempos são maus (Ef 5.16). “Esse evangelho do reino será pregado em todo mundo, em testemunho a todas as nações. Então virá o fim” (Mt 24.14). Graças a Deus por sermos nós cooperadores de Deus e, também, porque cada um receberá o seu galardão conforme o seu trabalho! Seremos arrebatados por Cristo Jesus (1 Ts 4.17), que julgará o mundo (Ap 20.11-15), tomará posse da terra e estabelecerá o seu reino eterno (2 Pe 1.10-11). Os que forem arrebatados passarão pelo Tribunal de Cristo, que não será para condenação, mas para conceder galardão e recompensa por causa das obras que cada um fez enquanto esteve na terra (Ap 22.12), por exemplo, reinarão com Cristo no Milênio, governando as nações no reino (Ap 21.24). Todos os cristãos participarão das bênçãos divinas na Nova Jerusalém, no novo céu e na nova terra, pela eternidade! Glórias a Deus! Aleluias!