As viagens de Paulo levaram o nome de Jesus diante dos gentios
É nossa missão pregar o evangelho a todos e em todos os lugares
Após ser salvo e receber a visão celestial que Deus lhe deu, Paulo passou a pregar o evangelho com ousadia em lugares públicos de Damasco. Em decorrência disso, muitos se converteram e, desse modo, foram salvos, sendo que alguns se tornaram discípulos de Paulo. Quando negamos a vida da alma e andamos segundo a vontade de Deus, tanto o nosso querer quanto o efetuar são operados por Deus (Fp 2:13), contudo Paulo agiu por conta própria, permitindo que ele próprio tivesse discípulos, em vez de serem exclusivamente de Jesus Cristo, o que limitou a benção de Deus, por conseguinte faltou a Paulo domínio próprio, fruto do Espírito Santo, e, assim, ele começou a agir na força própria, discutindo com os judeus a ponto de resolverem matá-lo (At 9:23-24). Então, Paulo teve de fugir de Damasco, descendo a muralha da cidade dentro de um cesto segurado por seus discípulos (At 9:25). Isso demonstra que não devemos ter discipulado próprio, mas ser corpo de Jesus Cristo, o nosso Cabeça, o Mestre de todos os discípulos (1 Co 11:3).
Tarso
Saindo de Damasco, Paulo foi para Tarso, sua terra natal, a fim de que o coração dele, com ambição e impureza, fosse trabalhado por Deus e, também, para que suas habilidades tivessem de passar por um processo de morte e ressurreição, assim como aconteceu com Moisés, cuja capacidade natural foi extinta ao ter de passar 40 anos como pastor de ovelhas em Midiã, sendo que ele tinha educação de príncipe no Egito. A partir do momento em que essa capacidade morreu, Deus pode ressuscitá-la, tornando-a útil ao ministério de Moisés. Do mesmo modo, as nossas habilidades naturais só podem ser úteis a Deus se passarem por um processo de morte e ressurreição (2 Co 1:9), pois “está escrito: Aquele que se gloria, glorie-se no Senhor" (1 Co 1:31).
1ª Viagem
Paulo não só foi aperfeiçoado, mas também introduzido na comunhão com os irmãos da igreja em Antioquia, onde Barnabé era mestre e profeta (At 9:27; 11:25). Enquanto serviam ao Senhor, ambos foram separados para a obra que Deus tinha para eles, por conseguinte se despediram dos irmãos e receberam oração com imposição de mãos. Foram, então, “enviados pelo Espírito Santo, desceram a Selêucia e dali, navegaram para Chipre. Chegados a Salamina, anunciavam a palavra de Deus nas sinagogas judaicas” (At 13:4-5). Paulo, Barnabé e os que estavam com eles faziam muitos sinais e milagres.
Rejeição
Paulo e a comitiva atravessaram de Perge para Antioquia da Pisídia (At 13:14), onde ele falou com ousadia a praticamente toda a cidade, por meio do dom da palavra que recebeu de Deus, o que despertou a inveja de alguns judeus (At 13:44-45), que o contradiziam, mesmo sabendo que não havia nada de errado com o que ele falava. Havendo rejeição em determinado lugar, Paulo prosseguia para outro (At 13:46-49). Porque os judeus rejeitavam a palavra de Deus, Paulo voltou-se para os gentios. Os milagres e os sinais se sucediam (muitos paralíticos foram curados, em Icônio, ao passo que, em Listra, houve a cura de um aleijado de nascença - At 14:1-18), contudo os judeus não só os difamavam, como criticavam ou tentavam contradizê-los, inclusive apedrejaram a Paulo: “Sobrevieram, porém, uns judeus de Antioquia e de Icônio que, tendo convencido a multidão, apedrejaram a Paulo e o arrastaram para fora da cidade, cuidando que estava morto” (At 14:19), mas, graças a Deus, Jesus Cristo tem as chaves da morte (Ap 1:18) e Paulo levantou-se, entrou na cidade e, continuando seu ministério, fez muitos discípulos. Assim como aconteceu com Paulo, não devemos estranhar nem mesmo desanimar quando há perseguição ou rejeição em relação ao nosso ministério. Note-se que o primo de Barnabé, João Marcos, não aguentou a pressão e voltou para Jerusalém (At 13:13), o que desagradou a Paulo, que perseverava na tribulação, dando graças a Deus, pois assim disse Jesus: “Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por minha causa. Exultai e alegrai-vos, porque é grande o vosso galardão nos céus; porque assim perseguiram os profetas que foram antes de vós” (Mt 5:11).
Encorajamento
Anunciando o evangelho, Paulo saiu com Barnabé para Derbe e, depois, voltaram para Listra, Icônio e Antioquia, encorajando os irmãos a permanecerem firmes na fé, “pois que por muitas tribulações nos importa entrar no reino de Deus” (At 14:19-22). Por isso, devemos exortar e edificar uns aos outros, reconhecendo os que no Senhor fazem isso. Devemos tê-los em grande estima e amor, por causa da sua obra, tendo paz entre todos, admoestando os desordeiros, consolando os de pouco ânimo, sustentando os fracos e sendo pacientes para com todos (1 Ts 5:11-14), inclusive devemos orar e aguardar o mover do Espírito, portanto não convém discutir em demasia assuntos da igreja, como aconteceu diante do fato de os antigos fariseus convertidos ao Senhor serem enviados de Jerusalém para influenciar com práticas do judaísmo os gentios convertidos por Paulo. Isso gerou “contenda e não pequena discussão” (At 15:2), fazendo com que Paulo e Barnabé levassem essa questão a Jerusalém, onde o problema se originou. O apóstolo Pedro, que participou dessa reunião, tomou a palavra, direcionando seu discurso aos que eram da seita dos fariseus convertidos: “Agora, pois, por que tentais a Deus, pondo sobre a cerviz dos discípulos um jugo que nem nossos pais puderam suportar, nem nós? Mas cremos que fomos salvos pela graça do Senhor Jesus, como também aqueles o foram” (At 15:5-11).
Acolher em amor
Então, os apóstolos e os presbíteros, com toda a igreja, decidiram enviar a Antioquia Paulo e Barnabé, juntamente com Silas e Judas (chamado Barsabás), considerados irmãos notáveis, levando a carta de recomendação de Tiago, o líder na igreja, a qual determinava que os cristãos gentios só seriam aceitos na comunhão com os cristãos judeus caso se abstivessem das contaminações dos ídolos, das relações sexuais ilícitas, da carne de animais sufocados e do sangue (At 15:20-21). No entanto, o acolhimento aos irmãos na igreja não deve ser segundo nossas preferências ou opiniões, muito menos por práticas segundo a lei, mas devemos acolher, em amor, a todos a quem Cristo acolheu (Rm 14:1-3; 15-7). Após a conclusão da missão, Judas voltou para Jerusalém, mas Silas, embora tendo uma posição de destaque em Jerusalém, preferiu permanecer com Paulo, pois percebeu que, com ele, o Espírito tinha liberdade para agir.