Através da experiência, Deus preparou Moisés para um grande ministério
Tudo colabora para nos habilitar a exercer o ministério que recebemos de Deus
Numa época em que havia fome na terra de Canaã (Gn 41:56-57; 42:1-3), Deus permitiu que Seu povo seguisse para o Egito, para habitar uma terra fértil chamada Gósen, haja vista que José, filho preferido de Jacó (Gn 37:3), de escravo, tornou-se, pela providência divina, uma autoridade influente junto a Faraó (Gn 41: 39-41). Assim, 70 descendentes de Jacó (neto de Abraão e filho de Isaque) passaram a morar ali, onde havia fartura de alimentos (Gn 47:27).
“Os filhos de Israel foram fecundos e, aumentaram muito, e se multiplicaram, e grandemente se fortaleceram, de maneira que a terra se encheu deles” (Êx 1:7), chegando a quase 2 milhões de pessoas, o que motivou a preocupação de Faraó de que os israelitas pudessem se aliar aos inimigos do Egito (Êx 1:10). Durante esse tempo, o povo de Deus foi pouco a pouco se esquecendo de invocar o nome do Senhor, por causa da prosperidade.
Então, para levá-los ao arrependimento, Deus levantou situações difíceis. Faraó faleceu e o que o sucedeu não mais considerava nem a José, nem aos israelitas, que foram temidos, perseguidos e escravizados (Ex 1:13-14;2:23-24). “A tristeza segundo Deus opera arrependimento para a salvação, da qual ninguém se arrepende; mas a tristeza do mundo opera a morte” (2 Co 7:10). Esse trabalho degradante, gerou uma situação de sofrimento por 400 anos (Gn 15:13), sendo o motivo para que os israelitas se arrependessem, voltando-se, enfim, a Deus: “Decorridos muitos dias, morreu o rei do Egito; os filhos de Israel gemiam sob a servidão e por causa dela clamaram, e o seu clamor subiu a Deus. Ouvindo Deus o seu gemido, lembrou-se da sua aliança com Abraão, com Isaque e com Jacó. E viu Deus os filhos de Israel e atentou para a sua condição” (Êx 3:7; cf. At 7:34).
Preparação
O Faraó da época em que Moisés nasceu determinou que toda a criança do sexo masculino nascida entre os hebreus deveria ser morta (Êx 1:22). Sua mãe só conseguiu escondê-lo por três meses, até que ela o colocou num cesto impermeável por betume de forma que boiava à beira do rio, em que a filha do Faraó se banhava. A irmã de Moisés, Miriã, acompanhou a correnteza levar o cesto, até que a filha de Faraó viu e mandou buscá-lo. Deus operou e ela, ao olhar a criança chorando, teve compaixão do pequeno Moisés, levando-o consigo para o palácio de Faraó (Êx 2:5-10). Ele foi criado como se fosse príncipe (At 7:21; cf Hb 11:24), com educação própria para desenvolver todas as habilidades para ser rei. Quando completou 40 anos, Moisés havia se tornado um homem muito poderoso, capaz e eloquente (At 7:22), contudo, por se achar habilitado, matou um egípcio que estava maltratando um israelita, escondendo o corpo dele na areia (Êx 2:11-12). No dia seguinte, Moisés viu dois israelitas brigando entre si e, quando foi interferir, um deles lhe falou: “Quem te pôs por príncipe e juiz sobre nós? Pensas matar-me, como mataste o egípcio?” (Êx 2:14). Ao ver que o homicídio que cometeu contra um egípcio foi descoberto, Moisés temeu muito e fugiu para o deserto de Midiã, sendo que, graças a Deus, conseguiu não só sobreviver, mas também casar-se com uma mulher midianita, passando dos 40 aos 80 anos de idade como pastor das ovelhas do seu sogro (Êx 3:1; At 7: 29-30).
Missão
Esse foi o trabalhar de Deus na vida de Moisés. Assim como Jesus Cristo morreu e ressuscitou, toda a educação de príncipe que Moisés recebeu precisou, também, morrer para, então, ressuscitar, no tempo e no modo do Senhor, a fim de ser usada segundo a vontade de Deus, que incumbiu Moisés, aos 80 anos de idade, para tirar o povo de Israel do Egito (Êx 7:7): “Disse-lhe o Senhor:...Vi, com efeito, o sofrimento do meu povo no Egito, ouvi o seu gemido e desci para libertá-lo. Agora, pois, vem e eu te enviarei ao Egito” (At 7:34).
O Senhor utilizou Moisés de acordo com a Sua vontade e, também, feriu o Egito com 10 pragras até que Faraó deixou todo o povo israelita ir embora (Êx 4 a 11), mas depois o rei dos egípcios se arrependeu e quis impedir essa libertação. A passagem do povo de Israel pelo Mar Vermelho foi uma grande vitória sobre Faraó e seu exército. Moisés, orientado por Deus, estendeu seu cajado (vara) sobre o mar, que se abriu e deu passagem para que todo o povo marchasse até o outro lado (Êx 14:15-16). Essa travessia representa a morte e o sepultamento do velho homem e o surgimento do novo homem. Quando Faraó e seu exército tentaram, também, atravessar, Moisés estendeu a mão e as águas se fecharam, exterminando todo o exército de Faraó. (Êx 14: 26-31). Após esse testemunho grandioso de livramento de Deus, Moisés compôs um cântico, evidenciando que o Senhor foi a fonte da vitória de Israel sobre Faraó: “O Senhor é a minha força e o meu cântico; ele me foi por salvação; este é o meu Deus; portanto, eu o louvarei; ele é o Deus de meu pai; por isso, o exaltarei” (Êx 15:2).
10 Mandamentos
Depois que os israelitas atravessaram o Mar Vermelho, o Senhor continuou suprindo todas as necessidades do Seu povo em sua jornada, quer seja de água (Êx 15:25-27), quer seja de alimento (maná e codornizes – Êx 16:35; Sl 105:40). Mesmo assim, o povo, que vivia na esfera da alma, murmurava contra Deus (Êx 17:2-3), inclusive eles se achavam capazes de cumprir tudo o que Deus pediu, no monte Sinai, por meio de Moisés: “Tudo o que o Senhor tem falado, faremos” (Êx 19:8). Para que o homem não se sentisse autosuficiente, orgulhando-se na sua própria força, Deus apresentou os Dez Mandamentos e os estatutos para que eles cumprissem (Êx 20). Dessa maneira, o Senhor queria demonstrar que o homem natural era incapaz de, por si só, guardar a lei.
Deus conosco
O objetivo de tirar o povo israelita do Egito era conduzi-los ao deserto, para que aprendessem a servir a Deus e, por fim, pudessem ser introduzidos na boa terra de Canaã (Êx 9:1; 3:8), constituindo-se na geração eleita, uma nação de sacerdotes, um povo de propriedade peculiar entre todos os povos da terra (1 Pe 2:8). Assim como Deus operou na vida deles, Ele age conosco, tirando-nos do mundo (Egito) para nos colocar na igreja (lugar de aprendizado), a fim de servi-lO e, então, estarmos aptos a entrar na Canaã celestial (cidade de Deus - Hb 12:22). Se permitirmos o trabalhar do Senhor em nossa vida, Ele também nos tornará ministros úteis e servos fiéis, assim como foi Moisés (Hb 3:5). Aleluias!