Exemplos de êxito e fracasso de ministros do Velho Testamento
Eles nos ensinam a exercer hoje o ministério do Espírito
Lúcifer
Antes de ser adversário de Deus, ele era chamado de estrela da manhã e filho da alva, sendo perfeito em seus caminhos. A incumbência dada por Deus a Lúcifer era governar toda a criação, portanto ele foi suprido de habilidades para desempenhar seu ministério (Ez 28:12b-14). Com isso, destacou-se entre os anjos, subindo de posição, mas ele deixou contaminar-se pelo orgulho, o que o fez almejar ser semelhante a Deus, o Altíssimo (Is 14:13-14), gerando a sua queda. Note-se que Deus deseja que estejamos por cima, todavia se isso suscitar o nosso orgulho, caímos e ficamos por baixo (Dt 28:13). Portanto, para recebermos a honra vinda de Deus, precisamos, antes, ser humildes, obedecendo ao Senhor, provedor de todas as coisas.
Adão
Para restabelecer o reino de Deus na terra usurpada por Satanás, o Senhor criou Adão, dando-lhe uma companheira, Eva, para que ele fosse o cabeça da mulher e ambos servissem em obediência a Deus, cultivando o jardim do Éden e zelando pelo crescimento da vida: “Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e sujeitai-a” (Gn 1:28), mas em vez de comerem da árvore da vida para receberem a vida de Deus e, assim, cumprir o propósito do Senhor, comeram da árvore proibida, a do conhecimento do bem e do mal (Gn 2:16-17;3:6). Então, foram expulsos do jardim do Éden, perdendo a presença de Deus, onde há sustento, alegria e paz. Arrependendo-se da sua condição, Adão começou a invocar o nome do Senhor, recuperando, portanto, a Sua presença. Esse foi o fruto edificante do ministério de Adão, que também devemos sempre praticar.
Abraão
Após a descendência de Adão fracassar, por causa da torre de Babel, em que o orgulho fez separação entre eles e Deus, foi estabelecido pelo Senhor, através de Abraão, um novo começo para humanidade: “Sai da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai para a terra que te mostrarei. Farei de ti uma grande nação e te abençoarei e te engrandecerei o nome. Se tu uma benção!” (Gn 12:1-2). Assim como Deus fez com Abraão, devemos deixar tudo o que possa influenciar-nos a praticar nosso antigo modo de vida e, assim, passarmos por novidade de vida, influenciados pelas experiências de fé vindas do Senhor, provedor de todas as coisas. Abraão, por exemplo, teve sua fé exercitada em um grande período de seca em Canaã e, também, por Deus ter pedido em sacrifício o seu único filho, Isaque. Abraão demonstrou que seu viver era diante do Senhor e que sua pátria definitiva estava nos céus ao armar sua tenda ao lado do altar que edificou (Hb 11:16a).
Moisés
Deus havia já profetizado a Abraão que a descendência de Jacó, seu neto, iria ser escravizada, por abandonar, devido à falta de fé, a seca Canaã, e, pela desobediência, migrar para a prosperidade do Egito: “...a tua posteridade será peregrina em terra alheia, e será reduzida à escravidão, e será afligida por 400 anos. Mas também eu julgarei a gente a que têm de sujeitar-se; e depois sairão com grandes riquezas”. Então, Deus incumbiu a Moisés o ministério de libertar os israelitas do Egito, conduzindo-os ao deserto, para que aprendessem a depender de Deus, servindo a Ele e, assim, poderem reconquistar a terra prometida, Canaã. Do mesmo modo, Deus age conosco tirando-nos do mundo (Egito) para nos colocar na igreja (lugar de aprendizado), a fim de servir a Deus e, então, estarmos aptos a entrar na cidade de Deus (Hb 12:22).
Josué
Para demonstrar que o velho homem deve dar lugar ao novo homem, regenerado por Deus, somente a geração com menos de 20 anos dos que deixaram o Egito conseguiu entrar em Canaã, que por ter sido abandonada por 400 anos, foi invadida por outros povos, inclusive gigantes, filhos de Anaque (Nm 13:33), resultantes da mistura maligna entre os anjos caídos e as filhas dos homens. Então, Deus comissionou Josué, encorajando-o: “Sê forte e corajoso; não temas, nem te espantes, porque o Senhor, teu Deus, é contigo por onde quer que andares” (Js 1:9). Simbolicamente, esses povos podem representar a nossa própria vida da alma, que é o nosso principal inimigo para conquistar Cristo, a nossa Canaã. Após derrotar os inimigos, o Senhor concedeu repouso ao Seu povo, na terra que mana leite e mel. Reconhecendo a benção de Deus na sua vida, Josué fez uma declaração de agradecimento a Deus: “Eu e a minha casa serviremos ao Senhor” (Js 24:15).
Samuel
Após a morte da geração de Josué, o povo que a sucedeu não conhecia o Senhor, por conseguinte tornaram-se idólatras, sendo escravizados e roubados pelos inimigos. Assim, o povo clamava a Deus, que levantava um juiz a cada vez que eram escravizados, o qual derrotava os inimigos, libertando o povo. Como isso não foi suficiente, Deus escolheu Samuel para liderar Seu povo, comissionando-o como juiz, profeta e sacerdote, substituindo os desobedientes sacerdotes ordenados, já que Samuel foi voluntariamente consagrado ao Senhor, ainda no ventre materno por sua mãe, Ana. Embora Samuel fosse considerado homem de Deus, seus filhos eram juízes corruptos, o que desagradava os anciões, que disseram a Samuel: “Vê, já estás velho, e teus filhos não andam pelos teus caminhos; constitui-nos, pois, agora um rei sobre nós, para que nos governe, como o têm todas as nações” (1 Sm 8:5). Conquanto Samuel fosse considerado homem de Deus, ele falhou na educação de seus filhos. “Ensina a criança no caminho em que deve andar, e ainda quando for velho, não se desviará dele” (Pv 22:6).
Davi
Antes do reinado de Davi, Saul foi o primeiro a ser ungido rei de Israel (1Sm 10:1), mas ele foi desobediente à vontade de Deus ao poupar o rei dos inimigos e os animais deles. Esses inimigos representam a nossa vida da alma, a qual precisa ser também, aniquilada por completo, para que a vida de Deus cresça sem impedimento em nós. Descontente, Deus pediu que Samuel ungisse um novo rei, Davi, e o Espírito do Senhor se apossou de Davi e se retirou de Saul. Cheio do Espírito, Davi venceu o gigante Golias, sendo, portanto, mais exaltado pelo povo do que Saul, o que inflamou a alma de Saul de inveja, fazendo-o perseguir Davi para matá-lo, contudo Deus protegeu o novo ungido e, além disso, entregou Saul por duas vezes nas mãos de Davi, que poupou a vida dele, porque Saul, mesmo desobediente, era um ungido de Deus. Por fim, em uma batalha perdida, Saul acabou se matando e por causa da sua morte, deu-se o início do reinado de Davi. Desse mesmo modo, para que Davi cresça em nós, é preciso que o Saul que há dentro de nós (desobediência a Deus) também morra. Amém!