O ministério de João Batista foi preparar o caminho de Jesus

06/08/2011 19:46

 

 

Nosso ministério é preparar a volta do Senhor

O objetivo de Deus, ao comissionar João Batista, era que ele fizesse a transição do Antigo para o Novo Testamento, preparando a vinda do Senhor, ou seja, ser o precursor de Jesus Cristo, pregando o arrependimento dos pecados por meio do batismo nas águas, em que a imersão (entrar) nas águas representa o sepultamento do velho homem, enquanto a emersão (sair), a ressurreição do novo homem, regenerado em Jesus.

Nascimento

Pelo fato de seus pais serem idosos e a mãe estéril, a concepção de João Batista foi um milagre de Deus. Enquanto seu pai estava servindo no templo, um anjo do Senhor apareceu, dizendo: “Não temas, Zacarias, porque a tua petição foi ouvida, e tua esposa, Isabel, te dará à luz um filho e chamarás o seu nome João” (Lc 1:11-13). Como não havia ninguém com esse nome na família dele, o Senhor queria demonstrar que João Batista seria alguém que não guardaria nenhuma das tradições, o que se confirmou. Embora fosse filho de um sacerdote e fizesse parte da casa sacerdotal, ele preferiu viver no deserto a ficar no templo, a fim de não ser influenciado por sistemas e tradições do judaísmo. Por viver no deserto, João Batista se libertou dos costumes, deixando Deus encontrar nele um caminho livre para usá-lo segundo a Sua vontade. O ministério de João Batista rompeu com as tradições firmadas no Antigo Testamento, por exemplo, em vez de usar vestes tradicionais de sacerdote, vestia-se de pelos de camelo, que era considerado um animal imundo (Lv 11:4); sua alimentação não vinha das ofertas do templo, mas era composta de gafanhotos e mel silvestre; além disso, seu serviço não era diante do altar, mas no deserto, pregando batismo de arrependimento para remissão dos pecados (Mt 3:1,4). Esse exemplo demonstra que devemos nos libertar das tradições ainda existentes em nosso serviço a Deus, para que não haja impedimento na renovação de nossa mente e, assim, vivermos em novidade de vida, experimentando a boa, a agradável e a perfeita vontade de Deus!

Três Batismos

Muitos iam até João Batista para serem batizados: os de Jerusalém, toda a Judéia e toda a circunvizinhança do Jordão. Ao confessarem seus pecados, João Batista lhes dizia: “Eu vos batizo com água, para arrependimento; mas aquele que vem depois de mim é mais poderoso do que eu, cujas sandálias não sou digno de levar. Ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo” (Mt 3:11). Isso significa que os filhos de Deus devem passar por 3 batismos, a saber, com água, para testemunho tanto de arrependimento de pecados, como de mudança de mente, a fim de conduzi-los a receber a vida de Cristo, por meio do batismo com o Espírito, o qual nos leva para dentro de Cristo (Gl 3:27; Rm 6:3) e nos faz participar de Seu Corpo; ao passo que, batismo com fogo é, pois, para nos provar e purificar das impurezas de nossa alma e, portanto, não resistirmos à vontade de Deus (1Co 3:13; 1Pe 1:7,22;4:12). O próprio Jesus, mesmo sendo o Filho de Deus, precisou ser batizado nas águas, porque foi concebido através da virgem Maria, recebendo um corpo humano, constituído de sangue e carne (Hb 2:14), a qual tinha semelhança da carne pecaminosa (Rm 8:3). Quando Jesus se dirigiu ao rio Jordão para ser batizado, João Batista disse: “Eu é que preciso ser batizado por ti, e tu vens a mim? Mas Jesus lhe respondeu: Deixa por enquanto, porque, assim, nos convém cumprir toda a justiça. Então, ele o admitiu” (Mt 3:14b-15). Tal justiça é a vontade de Deus, que também fez João Batista encontrar Jesus antes mesmo de ambos nascerem, fazendo João pular de alegria no ventre de sua mãe, Isabel, que ficou cheia do Espírito, quando Maria, grávida de Jesus, saudou-a. (Lc1:39-44).

Desobediência

Após ser batizado, Jesus saiu logo da água, “e eis que se lhe abriram os céus, e viu o Espírito de Deus descendo como pomba, vindo sobre ele. E eis uma voz dos céus, que dizia: Esse é o meu Filho amado, em quem me comprazo” (Mt 3:16-17). Alguns discípulos de João Batista, ao testemunhar isso, seguiram Jesus Cristo, mas João Batista preferiu seguir seu próprio caminho, batizando o povo nas águas, diferentemente do batismo triplo de Jesus. Isso nos serve de exortação para que não valorizemos nada acima do Senhor, a quem devemos dar a nossa primazia. Jesus humildemente recebeu o batismo de João, mas este não recebeu o batismo com Espírito e com fogo de Cristo, por conseguinte os discípulos de João Batista passaram a fazer concorrência com os discípulos do Senhor, unindo-se aos fariseus para inquiri-Lo: “Por que jejuamos nós, e os fariseus muitas vezes, e teus discípulos não jejuam?” (Mt 9:14)

Consequência

O ministério de João Batista acabou sendo interrompido por ele ter sido preso pelo rei Herodes, cuja sobrinha (filha de seu irmão Felipe, casado com Herodias), pediu ao rei a cabeça de João Batista num prato. Herodias desejava sua morte porque ele tinha dito que era ilícito o rei cometer incesto com ela (Mt 14:1-8). Encarcerado, João Batista duvidou se Jesus era mesmo o Messias: “És tu aquele que estava para vir ou havemos de esperar outro?”. A resposta de Jesus veio através dos discípulos: “Ide e anunciai a João o que estais ouvindo e vendo: os cegos veem, os coxos andam, os leprosos são purificados, os surdos ouvem, os mortos são ressuscitados, e aos pobres está sendo pregado o evangelho. E bem-aventurado é aquele que não achar em mim motivo de tropeço” (Mt 11:4b-6). Após isso, o Senhor ainda disse que quem se esforçar conquistará o reino dos céus e será maior do que João Batista: “Em verdade vos digo: entre os nascidos de mulher, ninguém apareceu maior do que João Batista; mas o menor no reino dos céus é maior do que ele. Desde os dias de João Batista até agora, o reino dos céus é tomado por esforço, e os que se esforçam se apoderam dele” (Mt 11:11-12).

Discipulado

Deus não deseja que tenhamos discípulos, pois todos nós somos discípulos do Senhor, portanto se tentarmos cultivar um discipulado próprio, a providência divina vai restringir esse ministério, assim como fez com João Batista e, também, com Paulo, que no período em que esteve na igreja em Damasco, ganhou um grupo de discípulos para si, mas Deus o libertou deles, permitindo que houvesse dissensões e perseguições a ponto de quererem tirar a vida de Paulo, que precisou fugir para Jerusalém, descendo a muralha de Damasco dentro de um cesto amarrado em uma corda (At 9:22-25). Não devemos, pois, concorrer com Jesus, mas devemos ser um com Ele, permanecendo fiéis ao Senhor e preparando o caminho da volta de Jesus Cristo. Aleluias!