Se trabalhado para uma grande missão

18/09/2011 11:59

   
             
         
             
             
 
 
 
 


João escreveu seu evangelho por volta do ano 90 D.C. Naquela época , já eram conhecidos os ministérios de Pedro, dos três outros evangelistas - Mateus, Marcos e Lucas - e o ministério de Paulo; e, provavelmente todos eles já tivessem descansando no Senhor. A situação das igrejas, porém , já mostrava sinais de degradação, de frieza e falta de vitalidade espiritual; a revelação sobre o comprimento da vontade eterna de Deus começava a ser perdida e a resistência dos cristãos, abalada.

Diante disso, o Espírito Santo reagiu. Em meio àquela situação de degradação, o Espírito Santo levantou João, que fez a conclusão dos evangelhos, das epístolas, do Novo testamento, e de toda Bíblia. O evangelho de João é o mais profundo entre os quatro, por ser cheio de experiências relacionadas com a vida divina.

Se a situação das igrejas estava ruim e havia tanta urgência por uma palavra de vida, por que o Espírito Santo somente no ano 90 d.C? Por que João não escreveu na mesma época que os outros evangelistas escreveram? O Espírito teve que esperar cinqüenta ou sessenta anos após a morte do Senhor, porque João ainda não estava preparado para falar de algo relacionado a vida divina. Para falar sobre a vida eterna, não é suficiente eloqüência ou conhecimento, mas é necessário haver experiências profundas e genuinas com ela. E quanto a nós, será que o Espírito Santo terá de esperar por sessenta anos até que possa usar-nos? Devemos cooperar com o Espírito para que Ele possa trabalhar trabalhar em nossa vida , a fim de nos tornar rapidamente úteis para Deus.

Se quisermos ajudar alguém a tocar na vida divina, temos de, primeiramente estar desfrutando-a. É necessário o trabalhar do Espírito para que sejamos cheios de vida eterna. Em Moisés, vemos uma boa prefiguração desse trabalhar: Deus teve de esperar até que Moisés tivesse oitenta anos afim de poder usá-lo para libertar Seu povo, mesmo sabendo que o povo estava sofrendo desde antes do nascimento de Moisés ( Êxodo 7:7)

Moisés precisou ser trabalhado lentamente até poder ser útil para Deus, pois era um trabalho orgânico, relacionado com a vida. A vida não amadurece de um dia para o outro, mas leva um longo tempo para que isso ocorra. Da mesma maneira, o Espírito Santo foi trabalhado na pessoa de João, levando-o a experimentar a vida divina até que, no momento certo, ele estivesse pronto para ser usado por Deus.

João, em suas epístolas, escritas já no final da sua vida, usava palavras amáveis:"Filhinhos meus, estas coisas vos escrevo para que não pequeis. Se , todavia, alguém pecar, temos Advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo"( 1 João 2:1). Em seu evangelho, ele é apresentado como o discípulo amado. Lendo isso, podemos pensar que João sempre foi manso e amável. Todavia, precisamos ver que ele era o discípulo amado, não o discípulo amável (João 13:23; 19:26; 20:2; 21:7, 20). Vamos ver o que os evangelistas registraram acerca de João.

Jesus o chamou de "filho do trovão" (Marcos 3:17). Em Lucas 9:54-56, podemos ver a razão disso: ele queria que descesse fogo do céu para consumir uma cidade. Provavelmente, em muitas ocasiões ,nosso temperamento também seja o de um filho do trovão: gostaríamos de poder mandar descer fogo do céu para consumir todos os que nos aborrecem. Além disso, João era muito legalista e arrogante (Marcos 9:38, 39). Os jovens, em geral, costumam ser arrogantes, individualistas e exclusivistas. Há jovens que se queixam por não receberem ajuda espiritual de outros, por exemplo; mas será que eles estão realmente abertos para ser ajudados?

João era também ambicioso e disputava posição. Podemos ver isso em Marcos 10:35-37, quando ele e Tiago disseram: "Então , se aproximavam dele Tiago e João, filhos de Zebedeu, dizendo-lhe: Mestre, queremos que nos conceda o que te vamos pedir"(v.35) . A maneira como Tiago e João se dirigiram ao Senhor é a maneira como muitos jovens falam com os pais: "Pai, mãe, eu quero isso e quero que vocês me dêem o que estou pedindo", e não admitem que os pais lhe digam não. "Mas jesus lhes disse: Não sabeis o que pedis. Podeis vós beber o cálice que eu bebo ou receber o batismo com que sou batizado?" (v.38) Tiago e João estavam cegados por sua ambição e desejo por uma posição de destaque, e não atentaram para a tolice de seu pedido.

Alguém como João - arrogante, legalista, exclusivista e ambicioso- só é desejado por uma pessoa: Deus. O Senhor não desistiu de João: antes, trabalhou nele. Nós desistimos das pessoas muito facilmente. Se convidamos um colega para ir a Igreja ou reunião em casas ( seja qual for o nome dado pelo grupo de irmãos a que pertence o leitor) , e ele se recusa, desistimos, classificando-o como "fechado para o evangelho". Mas o Senhor não desiste de nós; antes trabalha em nós até conquistar-nos.

Contudo, João tinha uma característica muito positiva: ele seguia o Senhor de perto. Se estamos insatisfeitos com nossa situação espiritual, se desejamos realmente mudá-la em lugar de abandonar tudo, temos de seguir de perto o Senhor e a sua Palavra. Temos de participar ativamente das reuniões , cultos ( seja como o grupo de irmãos que você se reúne denomina) da Igreja, fazer anotações das mensagens que ouvimos, ler bons livros espirituais, ler a bíblia e exercitar o espírito. Assim o Senhor poderá trabalhar em nós. Ninguém pense que é um caso sem solução: a Palavra, o Espírito e a vida podem transformar-nos. João é um exemplo claro disso. Portanto, há esperança para nós.

João seguiu o Senhor nos momentos alegres, nas festas, e também nos momentos difíceis. Quando Jesus foi preso, os discípulos fugiram( Mateus 26:56) e somente dois deles permaneceram seguindo Jesus: Pedro e João. No momento em que Jesus foi preso, João seguiu-O e entrou no Pátio. Pedro, porém, ficou de fora. Mas João conversou com a encarregada da porta e levou Pedro para dentro. ( João 18:12-16). Aqui vemos outra característica de João: não apenas seguia o Senhor de perto, mas queria que os outros O seguissem também. Nos momentos alegres de benção, é nos fácil querer seguir o Senhor, mas nos momentos difíceis, de provação e sofrimento, facilmente pensamos em desistir Dele. João permaneceu perto de Jesus no momento de maior sofrimento, que foi a crucificação (19:25,26). O resultado disso é que ele viu o que, provavelmente, ninguém mas tenha visto, a àgua que representava a vida.

 

(Adaptação do Livro A vida Eterna Hoje da Ed. Árvore da Vida)