O nascimento de Jesus Cristo foi assim: estando Maria, sua mãe, desposada com José, sem que tivessem antes coabitado, achou-se grávida pelo Espírito Santo (Mt 1:18).
Gn 38:6-30; Dt 23:3-4; Rt 1:16-17; 2 Sm 11:1-5; 12:1-15; 1 Cr 21:1-4, 7; SI 51
Há cinco mulheres na genealogia do Senhor Jesus. Quatro delas estão vinculadas a situações pecaminosas ou inapropriadas, e somente a quinta - Maria - tinha uma história imaculada.
A primeira mulher mencionada por Mateus é Tamar. Ela era casada com o filho mais velho de Judá. Seu marido morreu e, como era costume na época, para ter descendência, tornou-se mulher do irmão dele. Este também morreu, por ter desagradado ao Senhor. Judá, com medo de perder o terceiro filho, não o casou com Tamar. Vendo que a tradição da época não estava sendo cumprida, Tamar disfarçou-se de prostituta e deu um jeito de se deitar com seu sogro, de quem concebeu gêmeos (Gn 38:6-30). Apesar de estar lutando por um direito que era seu, ela teve uma relação incestuosa com o sogro, o que não foi correto.
A segunda mulher mencionada é Raabe, que era prostituta em Jericó. Ela acolheu os espias do povo de Israel que foram enviados à cidade. Raabe os recebeu e protegeu em sua casa, escondendo-os. Mais tarde, ela foi integrada ao povo de Israel e se casou com Salmom, com quem teve um filho, Boaz.
Boaz teve uma mulher chamada Rute, cuja história é muito especial. Rute era moabita, um povo que os israelitas consideravam impuro por ser fruto do incesto de Ló com uma de suas filhas (Dt 23:3-4). Rute era casada com um israelita, que veio a falecer. Embora sua sogra, Noemi, a incentivasse a ir em busca de um marido em sua terra natal, Rute não quis deixá-la e a seguiu, apegando-se ao povo e ao Deus de sua sogra (Rt 1: 16-17), com quem foi para a terra de Israel.
Ela e Noemi viviam em pobreza, e, um dia, Rute saiu a colher restos de espigas no campo de Boaz. Naquela época, era determinação do Senhor que, na colheita, nem todas as espigas fossem recolhidas, deixando algo para os pobres. Rute terminou casando-se com Boaz, com quem teve um filho, Obede, que foi avô do rei Davi.
Davi foi um homem segundo o coração de Deus, mas sua biografia possui ao menos duas manchas. Uma delas foi o censo que mandou fazer (1 Cr 21:1-4,7); a outra, o pecado de ter premeditado a morte de Urias, com cuja esposa adulterava (2 Sm 11:1-4).
Era o tempo em que os reis costumavam sair à guerra, mas Davi ficou em seu palácio real. Numa tarde, ele se levantou de sua cama e foi passear no terraço do palácio, de onde avistou Bate-Seba, a bela mulher de Urias. Davi mandou chamá-la e se deitou com ela.
Algum tempo depois, Bate-Seba mandou avisar a Davi que estava grávida. Tramando uma maneira de esconder seu pecado, Davi mandou chamar Urias, que estava no campo de batalha. Se Urias voltasse e se deitasse com sua esposa, o filho a nascer seria considerado dele. Urias voltou a Jerusalém, mas não quis ir para casa, pois seu pensamento estava todo voltado para a guerra. Davi, então, escreveu uma carta a seu general dizendo que colocasse Urias na frente de batalha mais intensa e o abandonasse para ser ferido e morrer (v. 15). Urias levou em suas próprias mãos a carta com a ordem real que daria cabo de sua vida.
Esse pecado sórdido de Davi não ficou oculto. Deus usou um profeta para desmascará-lo (12:1-15). Seu filho com Bate-Seba morreu. Ele a tomou por esposa, e, algum tempo depois, ela concebeu e deu à luz Salomão (2 Sm 12:24), que herdou o trono.
Tamar, Raabe, Rute e Bate-Seba - a mulher de Urias - são as quatro mulheres em situação inapropriada na genealogia do Senhor Jesus, conforme o capítulo 1 de Mateus. A história delas está registrada para evidenciar a grande misericórdia de Deus em escolher pessoas impuras e indignas - como cada um de nós. Louvado seja o Senhor!