As Reuniões da Igreja

 

 
As Reuniões
 
Visto que a Igreja é a assembléia chamada por Deus para fora do mundo, ela deve se reunir continuamente. As reuniões permitem que a congregação chamada por Deus seja suprida, estabelecida e aperfeiçoada, a fim de que a meta pela qual Deus chamou essa assembléia seja cumprida.
 
I – A DETERMINAÇÃO DE DEUS PARA OS CRENTES
 
1 - "Não Deixemos de Congregar-nos" (Hb 10:25)
 
Aqui o congregar-nos se refere às nossas reuniões cristãs. Deus determinou a maneira pela qual toda coisa viva no universo deve existir. A determinação de Deus é a lei pela qual toda coisa vive. Se a coisa viva obedecer essa lei, sobreviverá e será abençoada. Deus é o mesmo para nós que cremos em Cristo. A determinação de Deus para nós, a qual se torna nossa lei de existência e benção, são as reuniões. Assim como a água é para os peixes, e o ar é para os pássaros, assim também são as reuniões para os cristãos. Assim como os peixes precisam viver na água e os pássaros precisam existir no ar, os cristãos, da mesma maneira, precisam das reuniões para manter sua existência e viver espirituais.
 
II - Um Requisito da Vida Espiritual
 
1 - “ ...ovelhas...haverá um rebanho”(Jo 10:16).
 
Cada espécie de vida tem sua própria característica, e, frequentemente, essas características são muitas. A vida espiritual que nós, os crentes, recebemos, que é a vida de Deus dentro de nós, também possui muitas características. Por exemplo, o ódio pelo pecado e a separação do pecado são características dessa vida. O desejo de aproximar-se de Deus e a vontade de servi-Lo são também suas características. Uma das muitas características da nossa vida espiritual é arrebanhar-nos, reunir-mos. João 10: 3 e 16 nos mostram que, uma vez salvos, somos as ovelhas do Senhor. A característica da vida de ovelha é arrebanhar-se e não gostar de isolar-se das outras ovelhas. Portanto, a Bíblia diz que nós não somos apenas ovelhas do Senhor, mas muito mais, o Seu rebanho (At 20:28; 1Pe 5:2). A fim de sermos uma ovelha que compartilha bênçãos do rebanho, devemos reunir-nos com o rebanho. A característica da “vida ovina” espiritual dentro de nós exige-nos isso.
 
 
III - A Importância das Reuniões dos Crentes
 
1 - “ Porque onde dois ou três forem reunidos para dentro de Meu nome, ali estou no meio deles” (Mt 18:20).
Aqui, o Senhor prometeu especialmente que onde dois ou três de nós que pertencemos a Ele forem reunidos para dentro do Seu nome, ou seja, se reunirem em Seu nome, Ele estará no meio de nós. Quando nos reunimos em Seu nome, desfrutamos a Sua presença de uma maneira especial. Essa presença sem dúvida nos traz iluminação, graça, suprimento e muitas outras bênçãos. Quão precioso é isso! Que benção é essa! Somente quando nos reunimos é que podemos desfrutar tal rica benção.
 
2 - “ E levantando-se naquela mesma hora, voltaram para Jerusalém e encontraram os onze e os que com eles estavam reunidos...e ao falarem eles estas coisas, Ele mesmo Se pôs no meio deles e lhes disse: Paz a vós!” ( Lc. 24:33-36)
Isso se refere aos dois discípulos que deixaram Jerusalém para ir a Emaús. No caminho, quando descobriram que era o Senhor que aparecera a eles, Este desapareceu. Imediatamente eles voltaram para Jerusalém, onde deveriam ter permanecido originalmente. Quando chegaram, encontraram reunidos os apóstolos e os que estavam com eles, e o Senhor apareceu no meio deles. Eles, os apóstolos e outros discípulos, todos desfrutaram a aparição do Senhor e experimentaram a bênção da presença do Senhor, na primeira vez que Ele voltou para estar entre eles depois da sua ressurreição. Isso também prova a importância das reuniões.
3 - “ E, ao cumprir-se o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar... E eles foram todos cheios do Espírito Santo” (At 2:1-4)
Depois que ascendeu, o Senhor Jesus enviou o Espírito Santo. O Espírito Santo foi derramado sobre os discípulos quando estavam se reunindo, e eles ficaram todos cheios do Espírito Santo exteriormente. O derramamento do Espírito Santo no dia de Pentecostes não foi sobre os discípulos que estavam sozinhos. Pelo contrário, foi sobre os discípulos que estavam se reunindo. Todo aquele que não participou daquela reunião, perdeu uma bênção sem precedentes derramada dos céus. Uma vez mais, isso nos mostra a importância das reuniões.
4 - “ Consideremo-nos também uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e as boas obras. Não deixemos de congregar-nos...antes façamos admoestações, e tanto mais quanto vedes que o dia [ da vinda do Senhor] se aproxima” (Hb 10:24-25)
O que é mencionado aqui nos mostra que as reuniões podem fazer com que consideremo-nos uns aos outros para estimularmos ao amor e para nos exortarmos uns aos outros para as boas obras. Isso faz com que tenhamos comunhão espiritual com os santos para deles recebermos o suprimento de vida. Assim, não devemos abandonar as reuniões, e tanto mais quanto sabemos que o Senhor tornará em breve. Nossa vida cristã não é como a vida de uma borboleta, que se dá bem por si só; nossa vida é como a vida de uma ovelha, e requer que nos arrebanhemos e que vivamos uma vida de reunião. Consequentemente, precisamos reunir-nos, e as reuniões são cruciais para nós.
 
 
A Reunião do Partir do Pão
 
1 - “E no primeiro dia da semana, quando nos reunimos para partir o pão” (At 20:7).
Partir o pão é comer a ceia do Senhor, em memória do Senhor que morreu por nós (1 Co11:20, 23-25). Esse deve ser o primeiro tipo de reunião que nós, os que fomos redimidos pela morte do Senhor, devemos ter regularmente. Para detalhes, veja as duas lições nesse site.
 
 
A Reunião de Oração
 
1 - “Se dois dentre vós, sobre a terra, concordarem a respeito de qualquer cousa que porventura pedirem, ser-lhe-á concedida por meu Pai que está nos céus. Porque onde estiver dois ou três reunidos...” ( Mt 18:19-20).
Aqui o Senhor está falando acerca da oração numa reunião. Esse tipo de oração é mais poderosa do que a oração de um indivíduo, e é capaz de amarrar na terra o que foi amarrado no céu, e soltar na terra o que foi solto no céu. (Mt 18:18).
 
2 - “Todos estes perseveraram unânimes em oração, junto com as mulheres...” (At 1:14)
Aqui, outra vez, a oração na reunião é mencionada. Foi essa oração que induziu a benção do derramamento do Espírito Santo no dia de Pentecostes.
3 - “E, ao ouvirem isto, levantaram sua voz unanimemente a Deus e Disseram... E, suplicando eles, tremeu o lugar em que estavam reunidos, e foram todos cheios do Espírito Santo, e falavam a palavra de Deus com ousadia” (At 4:24-31).
Diz-se aqui que, naqueles dias, quando os discípulos estavam sob perseguição, eles se reuniram para orar unanimemente. Esse tipo de oração fez com que ficassem cheios, exteriormente, do Espírito Santo e que falassem a palavra de Deus com ousadia.
 
4 - “Oração era feita, fervorosamente, a Deus pela igreja seu respeito” (At 12:5); “Onde [a casa de Maria] um número considerável estava junto, reunido orando” (12:12).
No dia em que Pedro foi aprisionado, a igreja orou fervorosamente por ele, e um número considerável estava reunido na casa de uma irmã, orando por ele, especificamente. Essa oração fez com que Deus realizasse um grande milagre, libertando Pedro da prisão.
 
 
 
 
 
A Reunião para o Exercício dos Dons Espirituais e
para a Edificação Mútua
 
1 - “Quando vos reunis, cada um tem um salmo, tem um ensinamento, tem uma revelação, tem uma língua, tem uma interpretação. Seja tudo feito para edificação” (1 Co 14:26, Gr.).
A reunião mencionada aqui é para o exercício dos dons espirituais e para a edificação mútua. Nesse tipo de reunião, não deve haver uma pessoa especial que faça uma coisa específica, mas todos devem exercitar os dons espirituais: um tem salmo, outro tem ensinamento, outro tem revelação, um faz isto e outro faz aquilo. Cada um pode participar com o objetivo de edificar os outros.
 
A Reunião para Ler a Palavra
 
1 - “E tendo reunido a multidão, entregaram-lhes a carta [escrita pelos apóstolos e pelos presbíteros em Jerusalém]. E quando a leram, regozijaram-se pela consolação” (At 15:30-31).
Aqui diz que quando Paulo e seus companheiros chegaram em Antioquia, reuniram os santos para lhes ler a carta escrita, sob a orientação do Espírito Santo, pelos apóstolos e pelos presbíteros em Jerusalém. Por isso, ocasionalmente, talvez seja também necessário reunir-nos para ler a palavra de Deus na Bíblia
A Reunião para Ouvir Mensagens
 
1 - “Quando nos reunimos... Paulo discursou para eles, prestes a partir no dia seguinte” (At20:7).
Naquele dia, os crentes em Trôade se reuniram para ouvir Paulo discursando para eles acerca das coisas espirituais de Deus, para que pudessem ser edificados e firmados. Portanto, às vezes devemos também reunir-nos para ouvir mensagens espirituais faladas por Deus mediante ministros da palavra do Senhor, para que sejamos edificados e firmados.
Como Reunir
 
1 - “Porque onde forem... reunidos para dentro de Meu nome, ali estou no meio deles” (Mt 18:20, Gr.).
A coisa mais crucial na reunião dos crentes é ser reunido pra dentro do nome do Senhor. Isso significa que temos de reunir-nos no nome de Senhor. Visto que somos do Senhor e fomos salvos por Seu nome, devemos congregar-nos somente para dentro desse nome e reunir-nos nesse nome. Não devemos congregar-nos para dentro de nenhum outro nome, quer seja o nome de um indivíduo, quer de um grupo, de uma missão ou de uma denominação.
 
2 - “E [1] dia a dia, [2] continuando firmes, [3] unânimes, [4] no templo e partindo o pão [5] de casa em casa” (At 2:46).
Esse versículo nos revela que devemos, primeiro, reunir diariamente; segundo, reunir firmemente e continuamente; terceiro, reunir com a unanimidade; quarto, reunir num lugar grande (tal domo templo) e, quinto, reunir de casa em casa, isto é, reunir em cada casa.
 
3 - “Toda a igreja se reunir no mesmo lugar” (1 Co 14:23).
Por um lado, a igreja deve reunir-se continuamente nas casas dos crentes; por outro lado, às vezes, também é necessário que toda a igreja se congregue num só lugar. Tanto as reuniões de casa em separado, que devem ser realizadas regularmente, como as reuniões num mesmo lugar, que devem ser realizadas segundo a necessidade, têm o seu próprio sabor e os seus próprios benefícios. Deste modo, a igreja deve ter, regularmente, reuniões de casa em separado, como também deve congregar-se num mesmo lugar conforme surja a necessidade.
 
 
A reunião do partir do pão
(agora falaremos de maneira mais detalhada sobre a reunião do partir do pão)
Introdução
 
1 - “Nos reunimos para partir o pão...” (At 20:7).
2 - “Vos reunis... a ceia do Senhor que comeis” (1ª Co 11:20)
3 - “... participantes da mesa do Senhor” (1ª Co 10:21)
Esses três versículos nos mostram que a reunião do partir do pão é uma reunião na qual os crentes se congregam para comer a ceia do Senhor e participar da mesa do Senhor. Essa reunião se divide em duas partes: a primeira, para lembrarmo-nos do Senhor, e a segunda, para adorarmos o Pai.
I. Lembrar-nos do Senhor – Com o Senhor Como Centro
 
1 - “E tendo tomado o pão... partiu e lhes deu, dizendo: Este é o Meu corpo que é dado por vós; fazei isto em memória de Mim. E semelhantemente, o cálice, após terem ceado” (Lc 22:19-20)
 
A reunião do partir do pão não é para nenhuma outra coisa a não ser lembrarmo-nos do Senhor, com a memória do Senhor como o seu centro, para o desfrute do Senhor . Tudo nessa reunião, quer os hinos, quer a oração, a leitura da Bíblia ou as palavras de inspiração, deve ter o Senhor como centro, falando acerca da Sua pessoa e obra, do Seu amor e virtudes, do Seu viver e sofrimento na terra, ou acerca da Sua honra e glória no céu, para que as pessoas considerem e percebam essas coisas a fim de se lembrarem do próprio Senhor. Em tal reunião, devemos pensar no Senhor em nossos corações e contemplar o Senhor em nosso espírito, para que sejamos, inspirados acerca do Senhor. Então expressaremos a nossa inspiração por meio de hinos, orações, leitura da Bíblia ou palavras, para que o sentimento de toda a reunião seja dirigida ao Senhor e para que todos se lembrem Dele.
 
 
 
 
 
 
A - Comer a Ceia do Senhor
 
Os três versículos citados no começo desta lição nos mostram que o partir do pão é comer a ceia do Senhor e participar de Sua mesa. Comer a ceia do Senhor é para nos lembrarmos do Senhor; participar da mesa do Senhor é para termos comunhão juntos nas realizações do Senhor por nós. No aspecto de comer a ceia do Senhor, fazemos principalmente as três seguintes coisas:
 
1 - Lembrar-nos do Senhor
 
1 - “O Senhor Jesus... tomou o pão... o partiu e disse: "Isto é o meu corpo, que é dado por vós; fazei isto em memória de Mim” (1ª Co 11: 23-24)
 
De acordo com o que o Senhor estabeleceu, sempre que partimos o pão, não há somente um pão ali, preparado para todos partir e comer, mas ao lado do pão, há também um cálice, preparado para todos receber e beber. Comendo o pão do Senhor, comemos a Sua ceia em Sua memória. Tanto o pão como o cálice são símbolos. De acordo com o que o Senhor disse, o pão representa o Seu corpo, que Ele deu por nós, e o cálice representa o sangue que derramou por nós. O Seu corpo foi dado por nós na cruz, e o Seu sangue foi derramado por nós também na cruz. Ele Se deu por nós a fim de dispensar vida para dentro de nós, para que participemos Dele. Ele derramou o Seu sangue por nós a fim de nos redimir para que os nossos pecados sejam perdoados.
Quando vemos ou recebemos o pão que partimos, devemos considerar como o Senhor Se tornou carne por nós, como morreu por nós, e como Seu corpo foi partido por nós e dado por nós para que tivéssemos a Sua vida. Na Bíblia, o pão implica vida. O Senhor disse que Ele era o pão da vida, que dá vida ao mundo (Jo 6:33-35). Sempre que se menciona o pão, devemos pensar em vida. O corpo do Senhor que foi partido para ser dado a nós como pão significa que Ele deu o Seu corpo por nós para que tivéssemos sua vida.
Participamos da Sua vida quando recebemos o Seu corpo partido. Tudo isso é simbolizado por nós partirmos o pão e pelo pão que partimos.
2 - “Por semelhante modo, depois de haver ceado, tomou também o cálice, dizendo: Este cálice é a nova aliança no meu sangue; fazei isto, todas as vezes que o bebermos, em memória de Mim” (1ª Co 11:25)
 
Na reunião do partir do pão, devemos considerar o Senhor e o que Ele fez por nós, não só quando vemos ou recebemos o pão que partimos, mas também quando vemos ou recebemos o cálice que bebemos. Este cálice representa a nova aliança, que o Senhor decretou por nós pelo derramamento do Seu sangue. Sempre que vemos ou recebemos este cálice que bebemos, devemos considerar como o Senhor participou de carne e sangue por nós (Hb 2:14), como Ele não só deu o Seu corpo por nós para que tivéssemos Sua vida, mas como também derramou o Seu sangue por nós para que tivéssemos a benção mais elevada, que é ser livrado do pecado e obter a Deus e tudo o que é Dele. Mediante esse símbolo, devemos considerar como o Senhor carregou os nossos pecados, foi feito pecado por nós e foi julgado e amaldiçoado por nós, derramando o Seu sangue, o qual constitui o nosso cálice da benção, a nossa bendita porção eterna. Devemos considerar também como fomos redimidos, perdoados, santificados, justificados, reconciliados, e aceitos por Deus mediante o sangue do Senhor; como este sangue nos limpa dos nossos pecados e lava a nossa consciência para quer possamos nos achegar a Deus com ousadia; como ele fala melhores coisas perante Deus; e como ele resiste, por nós, aos ataques dos espíritos malignos para que vençamos o Diabo que nos acusa.
Na Bíblia, o pão denota vida, e o cálice representa a “porção”, tal como “o Senhor é a porção... do meu cálice” (Sl 16:5). Originalmente éramos pecaminosos e malignos, e a porção que merecíamos de Deus deveria ter sido “o cálice da sua ira”, ou seja, ir ao lago de fogo para sofrer o tormento da perdição eterna (Ap 14: 10; 21:8). Entretanto, Deus fez o Senhor beber o cálice da ira por nós na cruz (Jo 18:11). Ele recebeu por nós o julgamento justo de Deus e provou, de uma maneira completa, o tormento da perdição no lago de fogo; derramou o Seu sangue para redimir-nos plenamente dos nossos pecados e decretou a nova aliança por nós, dando-nos, em vez disso, o “cálice da salvação” (Sl 116:13) e tornando-Se o nosso “cálice” da benção (Sl 23:5). Nesse bendito cálice da salvação, o próprio Deus e tudo o que Ele tem se tornou nossa porção, nossa bendita porção eterna e a porção do nosso cálice.
B - Desfrutar o Senhor
 
1 - “Tomou Jesus um pão... o partiu e o deu aos discípulos, dizendo: Tomai, comei”(Mt 26:26); “Este é o Meu corpo que é dado por vós; fazei isto em memória de Mim”(Lc 22:19); “Tomou um cálice... o deu aos discípulos, dizendo: Bebei dele todos; porque isto é o meu sangue da aliança” (Mt 26:27-28); “... que é derramado por vós”(Lc 22:20); “Fazei isto, todas as vezes que o beberdes, em memória de Mim” (1ª Co 11:24-25).
 
Embora o centro do partir do pão seja lembrarmo-nos do Senhor, tal memória não é meramente refletir no Senhor e em tudo o que ele fez por nós, mas muito mais, é desfrutar o Senhor e tudo o que Ele realizou por nós. O Senhor disse que o comermos do Seu pão e o bebermos do Seu cálice é a nossa memória Dele. Seu pão e Seu cálice representam Seu corpo e Seu sangue. Assim, comer Seu pão e beber Seu cálice é comer Seu corpo e beber Seu sangue. O corpo do Senhor e Seu sangue é Ele mesmo dado por nós, e é o meio pelo qual Ele realizou todas as coisas por nós. Além disso, comer e beber não é somente para receber mas também desfrutar. Quando comemos o corpo do Senhor e bebemos o Seu sangue, não apenas recebemos, mas também desfrutamos o próprio Senhor e tudo o que ele realizou por nós, dando-nos Seu corpo e derramando Seu sangue. Receber e desfrutar o Senhor dessa maneira é lembrar-se Dele. É quando comemos, bebemos e desfrutamos o Senhor dessa maneira que verdadeiramente nos lembramos Dele. Esse é o significado profundo de comer a ceia do Senhor.
O comermos, bebermos e desfrutarmos o Senhor na Sua ceia são também a nossa declaração e testemunho. Nossa declaração é que fomos unidos ao Senhor e amalgamados com Ele, assim como o pão se amalgama conosco depois de ser ingerido para dentro do nosso corpo. Nosso testemunho é que vivemos mediante o comer, o beber e o desfrutar do Senhor, tomando-O como nossa vida todos os dias. Quando partimos o pão para comer e beber o Senhor, declaramos que o Senhor, ao dar o Seu corpo e derramar o Seu sangue, veio para dentro de nós para unir-Se a nós. Também testificamos, ao recebermos o corpo que o Senhor deu por nós e o sangue que Ele derramou por nós, que participamos Dele e de tudo o que Ele realizou por nós, que fomos unidos a Ele e que vivemos por ele como nossa vida e nosso suprimento de vida. Essa é a nossa declaração e também o nosso testemunho quando partimos o pão.
 
3 - Exibir a Morte do Senhor
 
1 - “Porque todas as vezes que comerdes este pão e beberdes o cálice, anunciais a morte do Senhor, até que ele venha”(1ª Co 11:26)
 
A palavra “anunciar” nesse versículo tem o significado de mostrar e exibir. Sempre que comemos o pão do Senhor e bebemos Seu cálice, ao mesmo tempo nos lembramos do Senhor e exibimos Sua morte. Lembramo-nos do Senhor, não da Sua morte. Mas enquanto nos lembramos do Senhor, exibimos a sua morte, para que seja vista por nós, pelos anjos e por todas as coisas. Quando nos lembramos do Senhor, o pão e o cálice são exibidos separadamente sobre a mesa. O pão se refere ao corpo do Senhor, e o cálice, ao Seu sangue. Visto que a separação do corpo e do sangue representa a morte, esta é, assim, exibida. Essa é a maneira pela qual exibimos a morte do Senhor quando partimos o pão para lembrar-nos Dele.
A escritura citada aqui diz que devemos nos lembrar do Senhor e exibir Sua morte até que Ele venha. Isso implica que, ao mesmo tempo em que partimos o pão para lembrarmo-nos do Senhor e para exibir a Sua morte, estamos aguardando a Sua vinda. Isso mostra que devemos exibir a morte do Senhor e assim, lembrar-nos Dele no espírito e na atmosfera de esperar pela Sua vinda
 
2ª Parte
 
1 - Participar da Mesa do Senhor
 
1 - “Porventura o cálice da benção que abençoamos, não é a comunhão do sangue de Cristo? O pão que partimos, não é a comunhão do corpo de Cristo? Porque nós, embora muitos, somos unicamente um pão, um só corpo; porque todos participamos do único pão” (1 Co 10:16-17).
 
Primeira Coríntios 11:23-25 nos mostra que a ênfase em comer a ceia do Senhor é lembrar-nos do Senhor, ao passo que 1 Coríntios 10:16-17 e 21 nos dizem que a ênfase em participar da mesa do Senhor é a comunhão com os santos.
Na reunião do partir do pão, comemos o único pão, o qual simboliza o corpo de Cristo, e bebemos o único cálice, que simboliza o sangue de Cristo. Nosso comer e participar de um pão e nosso beber e compartilhar de um cálice implicam comunhão mútua. Temos essa comunhão por causa do corpo do Senhor e do Seu sangue. Deste modo, tal comunhão se torna a comunhão do sangue de Cristo e a comunhão do corpo de Cristo. Desta maneira, quando comemos e bebemos juntos, compartilhando do pão e do cálice do Senhor, somos “participantes da mesa do Senhor” (1Co 10:21). Nessa mesa, compartilhamos do corpo e do sangue do Senhor com todos os santos e temos comunhão uns com os outros. O sangue de Cristo, que desfrutamos juntos, tira todas as barreiras entre os santos. O pão, do qual compartilhamos e que simboliza o corpo individual de Cristo, entra em nós para fazer de nós um pão, que representa o único Corpo corporativo de Cristo.
No aspecto de comer a ceia do Senhor, o pão se refere ao corpo individual do Senhor, o qual Ele deu por nós na cruz, enquanto no aspecto de participar da mesa do Senhor, o pão indica o Corpo corporativo do Senhor, o qual Ele constituiu com todos os santos regenerados por meio da Sua ressurreição dentre os mortos. O primeiro é físico e foi morto e dado por nós; o último é místico e é constituído de todos os santos na ressurreição do Senhor. Portanto, cada vez que partimos o pão, por um lado nos lembramos do Senhor e O desfrutamos, recebendo o corpo que Ele deu por nós na cruz; por outro lado, desfrutamos o Corpo místico que Ele produziu por meio da Sua ressurreição dentre os mortos, tendo comunhão com todos os santos nesse Corpo místico, e testificando a unidade desse Corpo místico. Não há somente um relacionamento entre nós e o Senhor, mas também um relacionamento entre nós e todos os santos.
 
2 - Adorar o Pai como Centro
 
 
A reunião do partir do pão é uma reunião para os crentes adorar o Pai. De acordo com o procedimento na salvação de Deus, primeiro recebemos o Senhor e depois nos aproximamos do Pai. Assim, nessa reunião para adoração, devemos primeiro lembrar-nos do Senhor e depois adorar o Pai. O centro da seção de lembrar-nos do Senhor é a memória do Senhor, e o centro da seção de adorar o Pai é a adoração ao Pai, durante a qual todas as orações, hinos e palavras devem ser dirigidas ao Pai.
1) “Tomou Jesus um pão e, abençoando-o, o partiu e o deu aos discípulos, dizendo: Tomais, comei; isto é o meu corpo”. A seguir tomou um cálice e...o deu aos discípulos, dizendo: Bebei dele todos; porque isto é o meu sangue, o sangue da aliança...E, tendo cantado um hino, saíram para o Monte das Oliveiras” (Mt 26:26-30).
Naquele dia, depois de ter partido o pão e cantado um hino com os discípulos, o Senhor Jesus os levou ao Monte das Oliveiras, para encontrar-Se com o Pai. Há um princípio implícito e estabelecido aqui, ou seja, depois de partirmos o pão para lembrar-nos do Senhor, devemos ser levados por Ele a adorar o Pai juntos.
 
2) “A meus irmãos [Eu, o Cristo ressurreto] declararei o Teu nome [o nome do Pai], cantar-Te-ei hinos de louvor no meio da igreja [ a reunião com os discípulos depois da ressurreição] “ (Hb 2:12, Gr).
Isto se refere ao que o Senhor fez quando apareceu a Seus discípulos e Se reuniu com eles depois da Sua ressurreição. Ele os considerou como irmãos e lhes declarou o nome do Pai. Ele também os considerou como a igreja e cantou louvores ao Pai no meio deles. Embora o Senhor fosse o Filho unigênito de Deus, Ele nos regenerou por meio da morte e ressurreição, a nós que cremos Nele (1Pe 1:3), para que nos tornássemos os muitos filhos de Deus. Ele, então, tornou-Se o Filho primogênito de Deus (Rm 8:29), conduzindo-nos, os muitos filhos, com Ele ao Pai. Depois que Ele ressuscitou, veio ao meio dos discípulos (Jo 20:19-29) e declarou o nome do Pai a Seus irmãos.
Então, no status do Filho primogênito de Deus, levou os Seus muitos irmãos, que são muitos filhos de Deus, a cantar louvores ao Pai juntos, a adorar o Pai juntos. Segundo esse fato, depois de partirmos o pão em memória do Senhor, devemos ser levados pelo Senhor a adorar o Pai. Nesta seção da reunião, tomamos o Pai como o centro, e todo o nosso louvor ao Pai vem da liderança do Senhor dentro de nós, que nos leva a cantar louvores ao Pai.
 
3 - Quem pode Partir o Pão
 
 
1 - “Tomou Jesus um pão... e o deu aos discípulos” (Mt 26:26).
 
Quando o Senhor estabeleceu o partir do pão, Ele deu o pão e o cálice a Seus discípulos, ou seja, aos que creram Nele, têm a Sua vida e pertencem a Ele. Naturalmente, somente aqueles que têm tal relacionamento com o Senhor e que conhecem o Senhor como seu Salvador pessoal é que podem comer o Seu pão e beber o Seu cálice para lembrarem-se Dele, e que podem exibir a morte do Senhor por meio de Seu pão e de Seu cálice.
2 - “E todos os que criam... partindo o pão” (At 2: 44-46).
 
Os que partem o pão devem ser “os que criam”, isto é, os que creram e receberam a salvação do Senhor, que têm a vida do Senhor e que pertencem ao Senhor. Somente tais pessoas crentes podem e têm a permissão de partir o pão. Portanto, somente os que são salvos, que estão unidos ao Senhor e que não vivem em pecado são qualificados para comer o pão e beber o cálice. Nenhum outro pode ter parte no pão e no cálice do Senhor.
 
4 - Quando Partir o Pão
 
 
1 - “E continuavam firmes... no partir do pão” (At 2:42).
 
Aqui diz que os crentes primitivos continuavam firmes no partir do pão; isto é, continuavam a partir o pão a todo o tempo, sem cessar. Devemos seguir tal modelo.
2 - “E dia a dia... partindo o pão” (At 2:46).
 
Os crente primitivos continuavam tão firmes no partir o pão que o faziam diariamente. Naquele tempo, porque eles eram fervorosos para com o Senhor e O amavam profundamente, espontaneamente partiam o pão todos os dias. Isso nos diz que, se possível, quanto mais freqüentemente partirmos o pão para lembrarmo-nos do Senhor, melhor.
 
3 - “E no primeiro dia da semana, quando nos reunimos para partir o pão” (At 20:7).
 
Os crentes primitivos começaram partindo o pão diariamente. Depois, gradualmente, adquiriram o hábito de fazê-lo uma vez por semana, no primeiro dia da semana. O primeiro dia da semana, o dia do Senhor, é o dia da ressurreição do Senhor e o início de uma nova semana, o que significa que as coisas antigas já passaram e uma nova vida começou. Portanto, é mais apropriado partir o pão para lembrarmo-nos do Senhor nesse dia. Além disso, embora exibamos a morte do Senhor quando partimos o pão, estamos, na realidade, lembrando-nos Dele em ressurreição.
 
4 - “A ceia do Senhor que comeis” (1Co 11:20).
 
Visto que o partir do pão é comer a ceia do Senhor, é melhor tê-lo à noite, tendo terminado todo o nosso trabalho e descarregado todos os nossos fardos, temos um coração aliviado e um espírito refrescado. É uma hora adequada na qual podemos nos lembrar do senhor sem ansiedade, e é fácil, então, sentir a presença do Senhor. Entretanto, isso não é uma questão legal. Se for difícil ou inconveniente tê-la à noite, podemos analisar a situação e mudar a hora para a manhã ou para a tarde.
 
5 - Onde Partir o Pão
 
 
1 - “Partindo o pão de casa em casa” (At 2:46).
 
Os crentes primitivos partiam o pão de casa em casa, em cada casa. Está claro que o lugar para o partir do pão era as casas deles.
 
2 - “Quando, pois, vos reunis no mesmo lugar... a ceia do Senhor que comeis” (1 Co 11:20).
 
Segundo essa palavra, os crentes primitivos também se reuniam num só lugar para comer a ceia do Senhor. Isso deve ter ocorrido num lugar maior. Quando nos congregamos para partir o pão nas casas, provamos o sabor doce e íntimo de uma pequena reunião. E quando nos reunimos num só lugar, provamos a atmosfera rica e elevada de uma grande reunião. Se os crentes devem partir o pão em casas separadas ou num só lugar, isso deve ser decidido pela igreja segundo a necessidade e a situação.
 
6 - Depois de Partir o Pão
 
 
1 - “Porque todas as vezes que comerdes este pão e beberdes o cálice, anunciais a morte do Senhor, até que ele venha” (1 Co 11:26).
 
Os que partem o pão para lembrarem-se do Senhor devem ser aqueles que anelam pelo Senhor, esperam pela Sua vinda e amam a Sua aparição (2 Tm 4:8). Portanto, depois de partirmos o pão, devemos viver uma vida de esperar pela vinda do Senhor.
2 - “Não podeis beber o cálice do Senhor e o cálice dos demônios: não podeis ser participantes da mesa do Senhor e da mesa dos demônios” (1 Co 10:21).
 
Aqui diz que se participarmos da mesa do Senhor, não podemos ser participantes da mesa dos demônios, e se bebermos o cálice do Senhor, não podemos beber o cálice dos demônios. De acordo com o texto que precede esse versículo, a mesa dos demônios e o cálice dos demônios são sacrifícios aos ídolos. Portanto, depois de partirmos o pão, não podemos comer o que é sacrificado aos ídolos.
 
3 - “Por isso celebremos a festa, não com o velho fermento, nem com o fermento da maldade e da malícia; e, sim, com os asmos da sinceridade e da verdade” (1 Co 5:8).
 
Aqui, o fermento se refere a toda a maldade e a tudo o que corrompe o homem. No Velho Testamento, imediatamente depois de celebrarem a Páscoa, os israelitas observaram a festa dos pães asmos, removendo todo o fermento do seu viver (Dt 16:1-4). O partir do pão no Novo Testamento substitui a Páscoa do Velho Testamento. Assim, depois de partirmos o pão, devemos celebrar a festa dos pães asmos como o fizeram os israelitas, removendo da nossa vida toda a maldade e tudo o que nos corrompe. Só queremos viver uma vida santa, livre do pecado, por meio da vida santa e sem pecado do Senhor, a qual é o pão asmo da sinceridade e da verdade, para sermos aqueles que verdadeiramente celebram a festa dos pães asmos.
 
 
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