Disse ainda o SENHOR: Certamente, vi a aflição do meu povo, que está no Egito, e ouvi o seu clamor por causa dos seus exatores. Conheço-lhe o sofrimento; por isso, desci a fim de livrá-lo da mão dos egípcios e para fazê-lo subir daquela terra a uma terra boa e ampla, terra que mana leite e mel (Êx 3:7-8).
Êx 1:7-14; 16:8; Nm 14:2, 22-23, 29-30, 36; Js 5:5-6; Sl 78:17-19
No Egito, o povo de Israel foi fecundo, se multiplicou e grandemente se fortaleceu, a ponto de a terra se encher deles; porém não a subjugaram, mas foram escravizados por um Faraó que não conhecera José. Esse Faraó os oprimiu e com tirania fez os filhos de Israel amargarem a vida (Êx 1:7-14).
Mesmo depois que Moisés foi enviado para libertar os israelitas, Faraó não quis deixá-los partir para celebrar uma festa ao SENHOR. Hoje, isso não é diferente. As preocupações com os cuidados deste mundo tendem a nos fazer parar de reunir e deixar de buscar a Deus.
Nós, que já nos consagramos ao Senhor e fomos batizados, não deveríamos mais ser escravos deste mundo. Entretanto Satanás ainda tenta usurpar-nos. Ele usa as preocupações com questões legítimas da vida – como trabalho, família, estudos etc. – para tentar impedir-nos de servir ao Senhor com liberdade.
Livrar-se do mundo da religião não é difícil, pois um falso deus é facilmente reconhecível. O mundo do pecado também é percebido sem dificuldade, porém o mundo do sustento não é tão simples de ser contornado.
Após ficarem sobrecarregados com as questões deste mundo, alguns irmãos até continuam frequentando as reuniões, mas não recebem os encargos de Deus e não abrem suas casas para receber os irmãos e as pessoas, com vistas ao cuidado mútuo e à evangelização. Como desculpa, criam justificativas para agirem assim.
A escravidão do povo de Israel no Egito revela a ação opressora de Satanás sobre eles. Deus os tirou de lá, e eles cruzaram o Mar Vermelho, porém isso não resolveu todos os seus problemas.
Os dois milhões de israelitas que saíram do Egito estavam livres exteriormente, mas continuavam totalmente em sua alma, murmurando e se rebelando contra Deus e contra Moisés (Êx 16:8; Nm 14:2, 36; Sl 78:17-19). Apesar de terem sido libertados dos três mundos, ainda viviam para si mesmos.
Por causa disso, mesmo fora do Egito, ainda se lembravam das coisas de seu passado. O coração deles não era agradecido a Deus por tê-los tirado da escravidão. Eles só pensavam na carne, nos peixes e legumes que comiam em abundância no Egito. Todos eles estavam vivendo pelas inclinações da alma, murmurando, mesmo depois de terem cruzado o Mar Vermelho.
Enviaram-se doze espias para observar a terra por quarenta dias. Dos doze, apenas Josué e Calebe deram um relato positivo da terra; o restante falou palavras negativas que fizeram o povo desanimar: “Moisés, você vai levar-nos para essa terra para morrermos. Lá todos são gigantes. Somos como gafanhotos diante deles. Não vamos lá para morrer; vamos morrer aqui”.
Observaram a terra por quarenta dias, mas, por causa da incredulidade, tiveram de vaguear por quarenta anos no deserto, até perecerem. Apesar de Deus tê-los salvado dos três tipos de mundo, a alma deles era terrível demais. Por terem posto o SENHOR à prova por dez vezes, não terem obedecido à Sua voz e O terem desprezado, infamando a terra que espiaram, Deus fê-los peregrinar quarenta anos para que caíssem mortos no deserto (Js 5:5-6; Nm 14:22-23, 29). Somente Josué e Calebe entraram em Canaã (v. 30).